Por Álvares de Azevedo
Dividida em três partes, Lira dos Vinte Anos é um marco do
chamado ultra-romantismo. A primeira parte é marcada pela
idealização gigantesca da mulher e do amor, a presença constante
da idéia da morte próxima e religiosidade. Como especificado no
segundo prefácio, a primeira parte é mais Ariel e a segunda
Caliban.
Esta Segunda parte contém uma poesia mais sombria, povoada
de cadáveres, mulheres (melhor dizer vultos) e festas boêmias, com
até certo escárnio em alguns poemas; há também uma peça de
teatro (Boêmios, ato único de uma comédia não escrita). Já a
terceira parte mistura um pouco das duas anteriores, muito mais a da
primeira que a da outra, com uma irregularidade típica do autor. A
obra é toda marcada pela influência dos autores estrangeiros como
Musset e Byron (este último e sua obra é presença constante nas
poesias e epígrafes).